" De pé - quando o inimigo o solo invade.
Ergue-se o povo inteiro; e a espada em punho.
É como um raio vingador dos livres.
[...]
Cada palmo do chão vomita um homem.
E o norte, e o sul, como esses rios.
Que vão, sulcando a terra, encher os mares,
À falange comum os bravos correm!"
Ergue-se o povo inteiro; e a espada em punho.
É como um raio vingador dos livres.
[...]
Cada palmo do chão vomita um homem.
E o norte, e o sul, como esses rios.
Que vão, sulcando a terra, encher os mares,
À falange comum os bravos correm!"
Machado de Assis
A fortaleza de Humaitá:
Guerra do Paraguai.
Cheio de cadáveres paraguaios;
brasileiros, argentinos e uruguaios.
Tuiuti resistência de cinco horas.
Lá vidas foram embora.
Para viver em terra ensanguentada.
Luta desenfreada.
Bandeira rasgada.
Crema-se cadáveres.
Humaitá
Recobrida de resistência.
Em vão insistência.
De um tal de Solano Lopez.
Em resistir a fortaleza.
Oh, ditador o que você fez.
Não estudou com destreza.
"Por que da religião para o Estado."
Assim diz o cristão,
tudo canhão;
Criollo, Acá verá e El Cristiano.
Ouvi o grito dos "zuavos da Bahia"
Mas nada foi como a cólera.
Ela a ninguém não tolera.
Corpos esverdeados semimorto.
Espasmos musculares.
Quentes de soldados corpos;
a seu modo a cólera,
quer terminar a guerra.
Em Humaitá estás os soldados,
a cair estão fardados.
Dois anos de luta;
defesa irresoluta.
Lá o inimigo o rio não deve tomar.
Agora vamos ver
tudo o que tem a fazer.
Para esses homens viverem.
(ou melhor sobreviverem)
Mortos soldados de todas categorias, aí está;
corpos insepultos mostrando sinais de decomposição.
Cheiro de pólvora e solidão.
Tempo que ainda falava o El Cristiano.
Com sua voz como um trovão.
Baixas de amigos e alta devastação.
Comida falta por estes anos.
I
Dr. Roberto Miramar.
Memórias de um médico na guerra.
Nessa que é do Paraguai; aonde não há trégua.
Correndo entre mortos e feridos o doutor.
Os canhões não cessam os tiros causando dor.
Ora alí, ora aqui, caem companheiros.
Não adianta fechar as feridas dos parceiros,
pois as balas as abrem mais rápido;
transformando homens em escombros.
Decide voltar para as trincheiras,
cansado sem expectativas retorna as fileiras.
Amaldiçoa a vida, propriedade, faculdade,
as quais não o preparou para essa dificuldade.
A coragem dos soldados também, por
tentarem matá-lo. Ele que sem arma para se repor.
A vida se renova. Novos companheiros,
mortos estão os velhos parceiros.
Surge um aliado,
parece ser raso soldado.
- "oi, sou Rodolfo e soldado,
você é doutor tem que curar o sargento."
- "sim, aonde esta? leve-me a ele."
- "siga, então vou leva-lo para ele;
tem que ajudar somos o resto do regimento."
Fui, por homens tristes e sem esperança.
Uns caídos outros em pé, mas todos sem esperança.
Uns feridos outros inteiros.(não é certo dizer)
Porque de lá nenhum homem saí intacto.
Os pesadelos os seguem aonde irem.
A guerra nos homens é como a “caipora”.
Quem a encontra jamais segue em frente,
somente “voltam atrás”. Leva azar aonde irem.
Tuiuti resistência de cinco horas.
Lá vidas foram embora.
Para viver em terra ensanguentada.
Luta desenfreada.
Bandeira rasgada.
Crema-se cadáveres.
Humaitá
Recobrida de resistência.
Em vão insistência.
De um tal de Solano Lopez.
Em resistir a fortaleza.
Oh, ditador o que você fez.
Não estudou com destreza.
"Por que da religião para o Estado."
Assim diz o cristão,
tudo canhão;
Criollo, Acá verá e El Cristiano.
Ouvi o grito dos "zuavos da Bahia"
Mas nada foi como a cólera.
Ela a ninguém não tolera.
Corpos esverdeados semimorto.
Espasmos musculares.
Quentes de soldados corpos;
a seu modo a cólera,
quer terminar a guerra.
Em Humaitá estás os soldados,
a cair estão fardados.
Dois anos de luta;
defesa irresoluta.
Lá o inimigo o rio não deve tomar.
Agora vamos ver
tudo o que tem a fazer.
Para esses homens viverem.
(ou melhor sobreviverem)
Mortos soldados de todas categorias, aí está;
corpos insepultos mostrando sinais de decomposição.
Cheiro de pólvora e solidão.
Tempo que ainda falava o El Cristiano.
Com sua voz como um trovão.
Baixas de amigos e alta devastação.
Comida falta por estes anos.
I
Dr. Roberto Miramar.
Memórias de um médico na guerra.
Nessa que é do Paraguai; aonde não há trégua.
Correndo entre mortos e feridos o doutor.
Os canhões não cessam os tiros causando dor.
Ora alí, ora aqui, caem companheiros.
Não adianta fechar as feridas dos parceiros,
pois as balas as abrem mais rápido;
transformando homens em escombros.
Decide voltar para as trincheiras,
cansado sem expectativas retorna as fileiras.
Amaldiçoa a vida, propriedade, faculdade,
as quais não o preparou para essa dificuldade.
A coragem dos soldados também, por
tentarem matá-lo. Ele que sem arma para se repor.
A vida se renova. Novos companheiros,
mortos estão os velhos parceiros.
Surge um aliado,
parece ser raso soldado.
- "oi, sou Rodolfo e soldado,
você é doutor tem que curar o sargento."
- "sim, aonde esta? leve-me a ele."
- "siga, então vou leva-lo para ele;
tem que ajudar somos o resto do regimento."
Fui, por homens tristes e sem esperança.
Uns caídos outros em pé, mas todos sem esperança.
Uns feridos outros inteiros.(não é certo dizer)
Porque de lá nenhum homem saí intacto.
Os pesadelos os seguem aonde irem.
A guerra nos homens é como a “caipora”.
Quem a encontra jamais segue em frente,
somente “voltam atrás”. Leva azar aonde irem.
A guerra é a
"Caipora” para o soldado,
a uma sobrevida ele esta fardado.
Levaram-me a um quarto cavado no solo.
Um soldado tinha a cabeça do sargento no colo.
E sobre ele um cobertor imundo.
Falei: - “tirem o cobertor do moribundo.”
Tiraram e alí observei uma ferida na perna.
Rodolfo apontou o ferimento é falou:
- “ foi alvejado, na retirada,com um tiro na perna;
o soldado inimigo ele matou.”
Roberto fez um ar sério, pois o ferimento
era feio. Falou:
-“o caso vai ser fazer um amputamento.”
Foi dada ao paciente cachaça para
anestesias a dor, mas a coragem foi-lhe cara.
Logo, o doutor tentou fazer tudo certo.
Todavia, as condições eram muito incertas.
Rompeu-se a noite os gritos do sargento.
Ora, os que não são fortes e frios, não podem
ser médicos é necessário esse entendimento.
a uma sobrevida ele esta fardado.
Levaram-me a um quarto cavado no solo.
Um soldado tinha a cabeça do sargento no colo.
E sobre ele um cobertor imundo.
Falei: - “tirem o cobertor do moribundo.”
Tiraram e alí observei uma ferida na perna.
Rodolfo apontou o ferimento é falou:
- “ foi alvejado, na retirada,com um tiro na perna;
o soldado inimigo ele matou.”
Roberto fez um ar sério, pois o ferimento
era feio. Falou:
-“o caso vai ser fazer um amputamento.”
Foi dada ao paciente cachaça para
anestesias a dor, mas a coragem foi-lhe cara.
Logo, o doutor tentou fazer tudo certo.
Todavia, as condições eram muito incertas.
Rompeu-se a noite os gritos do sargento.
Ora, os que não são fortes e frios, não podem
ser médicos é necessário esse entendimento.
Principalmente,
em horas dessa, que um homem
corta os tendões de seu parceiro.
Na vã esperança de salva seu companheiro.
É nobre paisano, mas é para homem.
Não é profissão para qualquer um.
corta os tendões de seu parceiro.
Na vã esperança de salva seu companheiro.
É nobre paisano, mas é para homem.
Não é profissão para qualquer um.
O lugar era
imundo,
tinha detritos e umidade;
um péssimo lugar para um moribundo.
tinha detritos e umidade;
um péssimo lugar para um moribundo.
Os ferimentos
foram tratados,
e também o sangue estancado.
Porém, fez-se uma sangueira por tudo.
Colocaram-o na cama. E o doutor falou:
- “deixemos um soldado para cuidar e limpar tudo.
Preciso retirar-me é comer algo.”
e também o sangue estancado.
Porém, fez-se uma sangueira por tudo.
Colocaram-o na cama. E o doutor falou:
- “deixemos um soldado para cuidar e limpar tudo.
Preciso retirar-me é comer algo.”
A refeição
foi pior que a cirurgia,
um pão velho e uma bebida.(rum)
Era feita só uma refeição ao dia,
então o estômago sempre urgia.
Num lugar estreito um corredor,
ali mastigava seu alimento.
Sem qualquer expectativa de vencimento.
um pão velho e uma bebida.(rum)
Era feita só uma refeição ao dia,
então o estômago sempre urgia.
Num lugar estreito um corredor,
ali mastigava seu alimento.
Sem qualquer expectativa de vencimento.
Acima podia se
ver as estrelas,
a reluzir sem se preocupar com a guerra;
elas reluziam sem dar importância as sentinelas.
Eis, que encontrou uma viola em um canto.
E com tristeza a melodia escorre ao cantor.
a reluzir sem se preocupar com a guerra;
elas reluziam sem dar importância as sentinelas.
Eis, que encontrou uma viola em um canto.
E com tristeza a melodia escorre ao cantor.
Ah, meu
rio prata … flui-se.
Em suas águas plácidas … reluz-se.
Em suas águas plácidas … reluz-se.
Mesmo
hoje suas águas reluzem.
De vermelho rubro tremeluzem.
Trazem estórias antigas,
velhas cantigas.
De um tempo jamais renovado.
Mesmo com as lágrimas da vida,
teimo em viver no mundo;
hoje só em vindas e idas.
De vermelho rubro tremeluzem.
Trazem estórias antigas,
velhas cantigas.
De um tempo jamais renovado.
Mesmo com as lágrimas da vida,
teimo em viver no mundo;
hoje só em vindas e idas.
Errantes
és tu, errantes será eu.
Ah, meu rio prata … flui-se.
Em suas águas plácidas … reluz-se.
Nem que seja de vermelho vivo,
flui-se e reflui-se.
Honre meu sangue, pois não sobrevivo.
Ah, meu rio prata … flui-se.
Em suas águas plácidas … reluz-se.
Nem que seja de vermelho vivo,
flui-se e reflui-se.
Honre meu sangue, pois não sobrevivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário