Nascemos com algumas negações como essa “Quem quebrou o vaso de flor da sala, não fui eu; quem estragou isto, quem quebrou aquilo e assim segue os não fui eu”. Mesmo que ninguém aceite essa é a primeira reação humana, é essa de dizer palavras magicas “não fui eu”. Negar é sempre a primeira reação, só depois podemos dizer ou fazer algo.
Na idade adulta somente muda nossas “desculpas”; “ olha não sei quem foi”, “bem, deve ter sido um acidente” ou até pior “acho que foi fulano”. Tudo isso para falar e gritar “não fui eu”. Então que pode ter sido? “hã, isso só pode ter sido eles” e assim segue foram eles, eles...
Às vezes os eles se irritam e dizem fostes tu, mas isso é raro. O normal é culpar eles, quem matou saddam hussein? Que fazia espionagem na internet? Quem é culpado da alta no preço do petróleo? Quem leiloou o campo de libra? Quem não investe no sistema estadual? Quem? Ora, são eles e eles, e finalmente somente eles. E nós poderia ser? Não de jeito nenhum. Dizer que o culpado somos nos é culpar eu também, e consequentemente tu; e tu não quer ser o culpado ou quer?
É interessante olharmos nos telejornais os depoimentos e escultarmos essa frase “não fui eu”. Só que mais estranho ainda é ouvir os espectadores se indignando com o não fui eu, como se cada dia ele mesmo não falasse o mesmo. Agora você me pergunta quem escreveu isso, eu respondo “não fui eu, nem nos ,nem tu, ou seja, isso só pode ser escrito por eles.”
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